sexta-feira, 3 de abril de 2015

O termóstato do Amor

Encontrámos um termóstato do Amor
Algures numa banca de antiguidades
Ou na água revolta do mar
Que visitamos tantas vezes.
Deu à nossa costa
Foi colocado nos nossos bolsos
Ou entrou, sem molestar, nos nossos sapatos.
Velho ou molhado, objecto desconhecido
Em funcionamento perfeito.

Há um grau abaixo do qual o Amor congela e o frio o queima.
Acima de outro grau, o fogo enfulija todas as cartas de Amor.
O termóstato do Amor actua mal se atinge o limite mínimo
E encontra beijos, palavras, olhares, que antes da consciência,
Nos mostram como o caminho é mais cheio juntos.
E ao chegar ao ponto máximo corta o circuito periclitante
E encontra doçura, humor, perdão, onde, na companhia
Da inconsciência temperamental, os julgávamos impossíveis.

Sem comentários:

Enviar um comentário