quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A morte cruzou o caminho

A morte cruzou o caminho
os olhos azuis pararam
e do corpo franzino e prostado
saíram espasmos vazantes.

Nunca esquecerei aqueles olhos
mortos antes da morte
inexpressivos sem que a vida
ainda em si os iluminasse.

Embrulhado num sudário
foi levado para que o desacreditassem
E com muita pouca fé nos foi tirado.

Voltámos para casa
sem que a ciência nos tivesse esclarecido
e ao que a ciência ainda não descobriu
apelámos até o dia nascer.

E deu-se um milagre
e o descreditado viu um novo dia
e lá até da fénix se lembraram.

Nós demos-lhe um novo nome
para que a vida que acabara de perder
não contasse para o novo ser
que acabara de renascer.

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