segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Há muitos anos que não chorava

Há muitos anos que não chorava
Por me faltar o amor dos que mais amei.

Choro de tristeza por ser quem sou
E sabendo-me me esperarem farpas
Qual boneco de vodu.

Choro porque me dão o amor primordial
Que sempre me faltou.

Noite entre o inferno e o céu
Noite branca que limpou o sangue.
Manhã de azul.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dos filhos grandes me pediram

Dos filhos grandes me pediram
Que em palavras aqui arrumadas
Prendesse neste dia o Amor dos três.

Mãe temerária e protectora
Mãe antes de tudo e de todos
Mãe fundação e pilar.

Mãe ninho de pássaros precoces
Mãe de ninho enorme
Mãe onde se aninham quentes e seguros.

Filhos que dela espalham no Mundo
O mesmo Amor que beberam
A mesma Garra infindável
A mesma Aventura de viver.

(Para Teresa Seixas Moura-George)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Disseste-me amo-te, como nunca ouvi

Disseste-me amo-te, como nunca ouvi
Um amo-te antigo cheio de eternidade
Um amo-te para além de nós.

És feito de esperança no Amor
Não no amor mitigado, fantasioso, angustiado
Não no amor maltratado pelo quotidiano e pelo resto.

Somos o Amor real
fora do tempo e do espaço
antes do tempo e no espaço ocupado.

Somos clandestinos do Amor
Somos marginais da Esperança
Não para nós, mas para cada um.

Amo-te como me disseste que me amavas
E fiquei prostrada perante esse Amor
Que julgava só possível em mim.

Perdi as palavras e as forças
Caí na cama, não para morrer de amor
Mas para aprender a viver com o teu.

Sabia que vias em mim a menina feliz
Amada
Sabia que me fazias feliz
Amando-me.

Não imaginava quanto o teu Amor
É profundo e infinito.