segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Musa(s)

Se há na musa uma imprevisibilidade inerente, que muitos tentam dominar com a espera mais ou menos ansiosa e o trabalho árduo, disciplinado e metódico; há também nela um carácter específico que determina o quê e com que intensidade o que dela se tornará visível. A forma descansa no domínio da técnica e no estilo do artesão.
A musa tem ainda a tarefa de nos levantar do chão, de nos atirar aos outros, mantendo-nos desconhecidos, escondidos atrás da obra, que nos desvanece e nos deixa então tomar forma diversa.
Quando o fim e o princípio se tocam: as musas conversam, as palavras são espelhos e uma luz fraca ilumina várias almas.

2 comentários:

  1. “…desenhei meu corpo nas águas profundas do rio que em mim corre e nele me percorri em tons de azul, cor do céu que nunca morre… desenhei minha alma nas ondas do poderoso mar que fora de mim se move e nele a desenhei em tons de branco nobre, leves, mas sóbrios… desenhei meu corpo na minha alma e a mistura se fundiu em tons vermelhos de sangue puro… e minha alma, pária de si própria, desenhou no meu corpo a felicidade de se saber comigo e não mais solitária… desenhei, por fim, no mais profundo de mim, um campo de flores, pleno de todas as cores, exalando todos os perfumes, completamente preenchidas com todas as vossas dores…”

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