As pontas dos pés na berma
A chuva ensopando o cabelo e o casaco grosso
O vento dobrando o chapéu de chuva branco
E lá em baixo a água escura chamava.
Ouviam-na os pensamentos
Que os gritos das crianças
Agarradas à saia travada
Puxavam no sentido oposto
Correu entre as bermas
Atrirou os miúdos à água
E ficou a olhar para dentro
Sentou-se e as pernas caídas
Ficaram mais perto da voz
O vento desenhava letras na chuva
As tempestades duplicavam-se
Letras substitutas, perturbadas
Letras certas, decididas
Letras libertadoras, pesadas
Tirou os miúdos da água
As pernas voltaram à berma
Disse adeus ao precipício
E desfigurada largou os sentidos
Apanhou-os no dia seguinte
Ao sol, secos e corados
Depois da incerteza
Chegara a bonança
A close friend says that I'm good on reading people's core and I'm a Renaissance woman... She is the reason behind the blog's name. As she is behind many things in my life too, namely writing. From my posts I do hope you will find out if she is right or not. I intend to post here through words and images about aesthetics, relationships, ethics, psychology, environment, literature, politics, art, and more.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Adeus ao precipício
Etiquetas:
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Gostei muito..."o vento desenhava letras na chuva", lindo!
ResponderEliminarRita
Também gostei muito. Há precipícios que afloram do nada. Nunca vão de vez, raramente ficam de vez. :)
ResponderEliminarPois é Rita há tanta coisa que deixamos de ver. E Cristina, do nada tanto vem e pouco vai.
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